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Imagem meramente ilustrativa. Reprodução de CBTF. Acesso em 22 jul. 2021. |
Se você adora animais, o relato sobrenatural de hoje pode ser um gatilho, nesse caso, recomendo que escolha uma de nossas outras publicações!
Caso tenha coragem para prosseguir, vamos ao relato de hoje:
"Meu cachorro ficou perdido pro três dias. O que voltou não foi o meu cachorro!"
O relato
"Quando era criança, fui criado em uma pequena comunidade de pescadores no lado leste do Canadá, cercado pelo golfo de São Lourenço e a Floresta Boreal. O terreno se estendia em 4000 pés (1,22 km) quadrados com um número ainda menor de residentes espalhados pela rua principal, a estrada principal que atravessava nossa pequena cidade, e casas de agricultura espalhadas amplamente entre as áreas de árvores que foram alteradas para casas residenciais, quando a agricultura deixou de ser lucrativa. No total, nossa comunidade foi cercada por uma vasta extensão de oceano e uma barragem aparentemente interminável de árvores que se espalham por 55% de todo o país do Canadá. Passei a maior parte da minha vida caçando naquela floresta, então você pode imaginar minha alegria quando meus pais me deram um "cachorro de caça".
Seu nome era Sandy, um cão pastor de Shetland, embora fossem mais adequados pastorear e rastrear ovelhas, em planícies relvadas do que coelhos e veados na floresta densa, isso não me impediu de me aventurar floresta adentro e levar Sandy junto comigo para todas as caçadas. Eram tantas jornadas que ele se acostumou a acordar antes do nascer do sol, em algumas ocasiões me ajudava a rastrear pequenos animais, como esquilos, coelhos...
Embora trabalhasse duro comigo, durante as caças, Sandy não era considerado como minha propriedade e não era tratado como tal, era como se fosse um membro de nossa família, meu companheiro, um amigo verdadeiro. Lembro-me das vezes em que se sentou no banco da frente da caminhonete inesperadamente, pronto para um passeio pela floresta para onde quer que eu o levasse.
Nunca encontrarei um cachorro que preencherá o vazio que Sandy deixou em minha vida. Penso que os amantes de cães se relacionam com esse sentimento mais intensa do que a maioria das pessoas.
Era 30 de outubro, o primeiro dia da temporada de caça ao veado, conversei com minha família sobre levar Sandy, meu equipamento e itens essenciais para uma cabana que meu avô possuía ao longo de uma estrada sem sinalização. Embora houvesse resistência, nada me impediu de seguir com o planejado, a partir daqui que acredito que as coisas pudessem diferir e nada disso tivesse acontecido.
Passei boa parte da minha vida no deserto, era raro às vezes que algo estranho acontecia, geralmente tudo tinha uma explicação cientifica. É por isso que desconsiderei a estranheza de Sandy nas primeiras noites, atribuindo ao nervosismo de um cachorro que houve animais a longa distância.
Nossa primeira noite foi bem normal, montei a minha cama e a de Sandy no canto da sala, bem ao lado da televisão, que parecia pertencer à década de 90 (risos). Supus que daria Sandy uma opção de ter um lugar para se deitar por um tempo, apesar do fato de que ele dormiu enrolado comigo em quase todas às vezes. Perto das 22 horas, Sandy olhou direto para a porta de madeira da cabana e gemeu, julguei que ele precisava mijar e fui abrir a porta para deixar com que saísse, não me preocupando em que fosse para fora, ao invés disso, se sentou ao lado de dentro da porta, olhando para os limites visíveis da floresta afora, também me levantei e olhei por alguns minutos, quando percebi que ele escutara algo próximo da cabana, fora isso, o resto da nossa noite foi tranquilo.
Na segunda noite, atribuí a estranheza ao estresse de Sandy. Era de manhã, caminhávamos alguns quilômetros pela floresta além da casa, pensei ter ouvido galhos se partindo. Esperava que não fosse um alce, minha espingarda não teria hipóteses, mas algo mudou em Sandy e eu não me toquei na hora, se curvou sobre suas patas traseiras, a frente pressionada sobre o chão, sua boca puxou para cima e ele rosnou para o nada. Acreditei que deveríamos voltar mais tarde, mas Sandy não queria sair novamente, nem para fazer suas necessidades, se sentou na porta e chorou em sinal de que não queria sair para caçar, inclusive ele mijou no chão, ele nunca agiu assim antes, não quis o pressionar.
A terceira noite é onde as coisas pioram e muito e tudo ainda não está claro para mim. Sandy não comeu o dia todo, consegui atirar em um coelho no início da manhã, mas Sandy não queria ficar lá fora por mais tempo do que fosse necessário, eu cozinhei o coelho, coloquei um pouco de molho e dei ao meu cachorro, não fazia isso o tempo todo, mas julguei ser uma ocasião especial e talvez algo delicioso o deixasse com um bom humor, para uma aventura no dia seguinte. Sandy não tocou, nem mesmo quis cheirar, ao invés disso, ele se sentou ao meu lado no sofá, enquanto observava atentamente a porta. Coloquei-lhe um dos meus braços e ele posicionou sua cabeça em meu colo, mas com os olhos fixados na porta. Quase três horas depois que eu assistia a uma fita VHS na televisão da cabana, Sandy começou a chorar, abraçou se perto do meu corpo, como se ficasse na defensiva, e desta vez meu julgamento me levou para o caminho errado, pela primeira vez de muitas.
Deve soar idiota, ser protetor do meu cachorro ao invés dele ser o meu, mas ele era minha família. Pensei que se havia algo lá fora que estava o assustando, eu deveria fazer algo, carreguei meu 4,10, abri a porta, parei na porta e esperei. Acredito que esperei cerca de 30 minutos, olhando para o nada, quase não havia som algum, com exceção dos insetos e folhas ressoando o vento, cerca de 40 minutos Sandy correu como um tiro na escuridão das árvores além do caminho, enquanto latia descontroladamente. Comecei a me preocupar, apesar de saber que meu cachorro não estaria totalmente indefeso no meio do nada. Havia outros animais maiores que poderiam o ver como presa, ainda mais que a comida era escassa no inverno.
O latindo de Sandy foi ficando distante até que desaparece completamente!
Esperei horas parado na porta, com minha espingarda engatilhada e pronta para derrubar o que estivesse esperando na floresta, não demorou muito para perceber que já estava amanhecendo, sentado estava no degrau da minha varanda, esperando meu cachorro voltar.
Sandy voltou, mas só depois de três dias...
A neblina rolara por aquele céu o pintando de azul-marinho, tentar o rastrear parecia inútil, comecei a ficar preocupado, e pensando precisar de mais provisões para as próximas noites, mas eu não poderia deixar ele perdido e com fome na floresta, provavelmente com frio... O pensamento de que ele poderia estar lá fora apenas esperando para que eu o encontrasse e o trouxesse de volta já era angustiante o suficiente. Pensei em chamar meu pai para me ajudar a encontrar Sandy e com certeza o faria de bom grado assim que pronunciasse o nome do meu cachorro.
Mas enquanto pensava sobre, eu podia ver o me cachorro da janela, no caminho que desce para a estrada principal, alguns metros de distância da casa. Geralmente ele viria correndo para a porta e bateria com as batas algumas vezes, ansioso para entrar, mas agora era diferente. Eu podia ver o reflexo dos seus olhos, por um momento pensei que fosse algo selvagem em meio a neblina, mas o contorno dos fiapos era inconfundível. Mesmo assim fiquei cético, havia algo diferente em sua linguagem corporal, fiquei observando por mais alguns momentos antes que a razão superasse meus instintos, Sandy pode se machucar, ou, pensei pior.
Eu escancarei a porta, mas ele não veio de imediato, em vez disso, ficou lá, me observando atentamente e quando ele se mexeu, assobiei: "aqui, Sandy", persuadi-lo a ir para a casa: "aqui, rapaz".
A maneira como Sandy se movia diferia, como se seus quadris tivessem sido deslocados e o ângulo de suas patas mudasse de direção a cada passo, como se ele tivesse se esquecido de como andar direito, sua cabeça estava inclinada para o chão, mas seus dentes não estavam a mostra, ele não parecia agressivo, a única maneira de descrever seu olhar, foi "envergonhado", como se tivesse acabado de fazer algo que não deveria, gritei com ele por isso.
Julguei que ele poderia ter se machucar pulando o degrau elevado da porta, caso tivesse deslocado seu quadril, mas se saiu bem, suas costas balançaram um pouco, estranhamente e suas patas quase se dobraram sob o corpo, mas ele não caiu, se sentou no degrau e olhou para mim. Não até eu sair completamente da porta, abri a porta e esperei que entrasse...
Ele foi diretamente para sua cama, nada de me cheirar, lamber minha mão ou pular em mim, como costumava fazer, foi direto para sua cama, onde se sentou e me observou por algum tempo depois.
Voltei ao filme que assisti anteriormente, conversei com ele algumas vezes, mas sem reação, suas orelhas se quer levantaram com o som da minha voz, ou com meu, tapa sobre o sofá. "Eu sentia falta do meu amigo", embora houvesse algo nele que dizia que eu não deveria tê-lo deixado entrar, mas considerei isso uma tolice, horas depois fui para minha cama, se me recordo não me lembro de Sandy piscando uma vez se quer, ficou lá, sentado como uma estatua, mesmo com a luz apagada, podia ver o reflexo dos seus olhos esverdeados me seguindo, quando entrei em meu quarto e fechei a porta.
Eu poderia jurar que o ouvi caminhar no meio da noite, o som de pregos batendo no chão de madeira, chegando até a porta do meu quarto, mas foram bem lentos, ouvi ruídos pararem do lado de fora do meu quarto, mas não escutei seu gemido, não pensei nada sobre isso e cai em sono profundo.
Quando acordei pela manhã, pensei que deveria ser um sonho. Sandy estava sentado na posição vertical em que o deixei quando fui para a cama, era como se não se movesse durante a noite toda, quando disse: "bom dia", nem mesmo abandou seu rabo.
Ele me seguiu até a cozinha, parou na porta no momento em que coloquei a sua tigela no chão, cheia de comida, mais uma vez, suas costas se moveram estranhamente enquanto lentamente caminhava em minha direção. Tive uma sensação de que algo estava maltratando sua aparência naquela (dia).
Sandy se abaixou, mas não entrou na cozinha, julguei que estivesse com fome por estar na selva por tanto tempo, mas ele me olhou como se estivesse esperando que eu chegasse mais perto, em vez de tocar na comida. Depois de algum tempo de competição, onde encarávamos um ao outro e ele sem piscar, chamei-o em voz alta: "Sandyyy", nem mesmo um pulo, eu não queria chegar mais perto do meu cachorro para sair da porta da cozinha, mas este era meu Sandy, o maior dano que fez era de comer moscas. Quando passei por ele, se virou e seu corpo balançou anormalmente, mas ele não se moveu em minha direção.
Resolvi sair naquele dia e me aventurar pela floresta, mas não consegui encontrar nada, nem mesmo ouvia insetos, pássaros ou qualquer outro som feito por animais, logo a frente havia um aglomerado de árvores, atrás delas descobri o motivo pelo qual não estava encontrando animais.
Geralmente, quando há mortes em massa de animais, isso geralmente significa haver algo de errado na área do abate, os animais selvagens instintivamente fogem para se salvar de algum perigo.
Centenas de esquilos foram estripados e espalhados pela grama em um círculo quase perfeito. A maioria deles foram esfolados vivos, mas quando me virei para vomitar, havia algumas dezenas viradas do avesso, eu não pude evitar, passei muito mal, enquanto tentava entender o que estava acontecendo, andei pelo círculo, se tivesse encontrado aquilo antes, sairia o mais rápido possível dali com Sandy, imediatamente! Poucos metros, o único animal que consegui encontrar além do terreno profano, foi um cervo.
Mas não estava vivo, parecia que algo tinha o esfolado vivo, da pele ao pescoço e envolveu um pouco da sua pele sobre um galho, como se alguém estivesse curtindo, eu não sei a quanto tempo estava ali, mas parecia haver algum tempo, digo pelo odor de podridão, apesar de que não havia uma única mosca se quer. A cabeça do pássaro havia sido decapitada, quando percebi seus órgãos haviam sido removidos, passei de uma caminhada pela floresta para uma corrida, felizmente, a cabana não ficava muito longe dali, quando avistei a casa, fraguei Sandy me observando da janela.
Achei muito estranho, mas tentei raciocinar, o comportamento de Sandy poderia ser explicado pelo trauma anterior, bem na época era a única explicação que encontrei, que me impedisse de surtar. A verdade é que Sandy desde o início notei haver algo estranho nesse lugar e no segundo que ele percebeu, eu deveria ter aceitado o aviso e voltado para a cidade.
Apressei-me, assim que adentrei a cabana, comecei a embalar a comida e o essencial de volta nas caixas, movendo-me rapidamente para colocar as coisas na caminhonete antes que a noite chegasse. Seria perigoso tentar manobrar pela trilha durante a noite, que as colinas da montanha eram íngremes e na escuridão com meu único companheiro sendo meu farol, seria fácil escorregar de uma ravina. Eu não queria ficar mais uma noite, mas não havia alternativas, retornei para casa pouco antes de o sol se pôr, não prestei atenção em Sandy, que apenas me observava fazer as malas enquanto estava imóvel, sentado em sua cama. Antes da noite do dia seguinte estaríamos de volta na cidade, fui para cama dormir, o que foi difícil...
Cerca de 4 ou 5 da manhã ouvi assobios, era o mesmo apto que eu costumava utilizar para chamar meu cachorro, comecei a suar frio quando percebi que quem matou aqueles esquilos e deixou para trás o que não precisava, algo adentrou a cabana, a porta do meu quarto não fez nenhum som quando eu a abri lentamente, felizmente, esperei algum momento ouvindo alguém chamar meu cachorro por mais alguns segundos, antes de ousar colocar minha cabeça para fora do batente da porta, ela estava aberta, tudo que avistei foi a metade traseira de Sandy, sua metade de frente estava do lado de fora, o quer que tenha feito com meu cão, estava assobiando lentamente, chamando por ele.
Quando poderia jurar que ele havia se curvado para o chão novamente e dito com a minha voz: "Saaaannndeee", fechei a porta tão suavemente quanto abri.
Não quanto tempo esperei atrás da porta, mas provavelmente tempo suficiente, eu sei que não dormi, esperei o nascer do sol no horizonte e depois aguardei mais um pouco, até que devia ser meio-dia e finalmente tive coragem de abrir a porta do quarto e fugir para o caminhão.
"Sandy" sumiu e a porta ficou aberta, sua comida intacta, mas a geladeira estava aberta e toda a carne foi levada. Não me incomodei em empacotar suas coisas, joguei minha bolsa por cima do ombro e fiz meu caminho para o carro o mais rápido que pude, não sei descrever a sensação que me dominou quando percebi que teria de deixar Sandy naquele lugar, o pensamento que ele poderia estar morto, nunca cogitei antes, mas quem fez aquilo com aqueles animais poderia ter feito o mesmo com ele.
Desci os caminhos e estradas sinuosas o mais rápido que pude, senti como se estivesse girando em círculos por um labirinto que me levaria de volta àquela casa, mas quando cheguei ao trecho da estrada que me levaria de volta a cidade, senti um alívio tomar conta de mim, pensando estar seguro.
Assim que eu estava entrando no asfalto, senti algo rígido atingir o para-brisa traseiro, jogando cacos de vidro no assento do passageiro, eu só tive um deslumbre da cabeça decapitada do veado prendendo-se em um vidro intacto no banco de trás, chorei a maior parte do trajeto para casa, apertei o volante com tanta força que minhas mãos ficavam pálidas.
Gostaria de deixar isso de lado, poder dizer que encontrei Sandy em casa, esperando por mim, que aquilo foi um pesadelo que acabou, mas não...
Ontem a noite, foi difícil dormir, continuei repetindo toda a minha viagem traumática mentalmente, pensei que não dormiria por um tempo, fiquei deitada ouvindo o vento pela janela aberta…
Eu poderia jurar que ouvi o apito com o qual chamava meu cachorro, vindo da orla da floresta.
Se você costuma viajar com seu cachorro, por favor, não o perca de vista por muito tempo, o que volta pode não ser o seu cachorro..." - CHEWINGSKIN. 2016
O relato acima foi publicado em 2016, no Reddit por um usuário chamado "Chewingskin", verdadeiro ou não, o fato é que realmente intrigante.
Teoria
Outro usuário do Reddit, especula sobre o que teria acontecido, como, por exemplo, a de que a criatura na casa não era o Sandy, pelo menos não desde que ele sumiu durante os três dias.
Sandy teria sido o primeiro a detectar a coisa misteriosa e talvez estava em busca de medo, Sandy foi seu alvo.
A cada dia e noite que caçava com Sandy, possivelmente a criatura os acompanhava, fora de vista e alcance auditivo, mas não do de Sandy que o detectava, talvez por isso se recusava a sair de casa.
Na noite em que a coisa se apresentou na varanda, Sandy teria o avistado e perseguido, talvez pensando que seu dono também teria visto e supondo que estaria logo atrás dele.
Provavelmente Sandy e a criatura jogaram um jogo por três dias de pique-esconde, com objetivo de fazer o cachorro ficar exausto e com medo, durante três dias, finalmente Sandy pode ter chegado a um lugar seguro, talvez muito longe da cabana, exausto, mas seguro, talvez tenha desmaiado, pode ser que a partir dai que a criatura tenha mudado de tática para pegar Sandy, se aproximando de seu dono na forma de seu animal de estimação...
Sandy pode ter se ferido durante a perseguição e seu sangue usado para algum ritual que fizesse com que a criatura se parecesse com o ele, talvez a criatura sabia que Sandy voltaria para a cabana por isso "voltou para casa" antes, por não demonstrar um medo real, talvez a coisa não tenha classificado o dono como uma vítima.
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REFERÊNCIAS:
CHEWINGSKIN. Meu cachorro ficou perdido por três dias. O que voltou não foi meu cachorro. Reddit. 2016. Disponível em: <https://www.reddit.com/r/nosleep/comments/3w4xif/my_dog_was_lost_for_three_days_what_came_back/?utm_source=amp&utm_medium=&utm_content=post_body>. Acesso em 22 jul. 2021. Acesso em: 22 jul. 2021.
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