Enredo
Na trama e em um futuro próximo, as taxas de fertilidade caem em todo mundo por conta da poluição e de doenças sexualmente transmissíveis. Em meio ao caos, um governo totalitário se instaura, a chamada República de Gileade, uma teonomia cristã, domina o que um dia foi um território dos Estados Unidos, em meio a uma guerra civil ainda em curso.
Sejam muito bem-vindos a nossa programação audiovisual, assustado? Se a introdução parece uma barbaridade, saiba que não é só pelo contexto. Hum... Tem mais coisa e já te conto, mas antes vamos à apresentação:
Uma série estadunidense, criada por Bruce Miller, "The Handmaid's Tale" ou "O conto da Aia; A história de uma serva" titulo em português, tendo sua primeira temporada lançada em 2017, a série em 2021 já se encontra na quarta temporada. A história é baseada no romance de 1985 da escritora canadense Margaret Atwood sobre a distopia de Gileade, inicialmente recomendada pelo serviço de Streaming Hulu, para uma produção de 10 episódios, em 2016.
Critica social
A série reproduz um contexto completo de uma sociedade com a liberdade e democratização substituída pelo totalitarismo impositivo, algo como "você aceita o nosso sistema, ou aceitará obrigatoriamente!"
A sociedade aqui é organizada por líderes sedentos por poder e uma posição de destaque no novo modelo social, militarização, hierarquia soberana e fanatismo são algumas das características.
Bom para alguns, mas não para todos! A divisão se dá por castas sociais, nas quais mulheres são brutalmente subjugadas, e por lei, não tem permissão para trabalhar, possuir propriedades ou constituir patrimônio, bem como controlar dinheiro ou ler... Se você pensou em manobras para corroborar com o domínio tirano dos líderes de Gilead, pensou certo!
Atos legítimos por um bem maior...
Será mesmo?
A infertilidade mundial levou há um recrutamento das poucas mulheres férteis em Gilead, chamadas "Aias", que de acordo com uma interpretação extremista das escrituras sagrada.
As "Aias" são transferidas para as casas dos governantes (lideres), onde devem se submeter a estupros ritualizados, com seus mestres masculinos, na presença da esposa, para engravidar e ter filhos para o respectivo casal.
Parece um absurdo? E é! A série pode ser muito sensível e disparar gatilhos de indignação, revolta e senso de impunidade, mas, por outro lado, faz uma critica direta a fé cega! A série amadurece na medida em que a resistência decide tomar as suas vidas de volta e novas perspectivas são apresentadas.
Vale a pena?
A série é frenética e você acompanha tudo pela perspectiva de June Osborne, renomeada como Offred (De Fred), a substituição do nome como tentativa de subjugar a personalidade e vida da pessoa bem como indicar posse, retomando... June é a Aia atribuída à cada do Comandante Fred Waterford e sua esposa Serena Joy Waterford.
A série tem uma história original, realmente não me lembro de outra que tenha abordado o tema com tanta profundidade! Desde o começo é perceptível a transição de uma vida normal para uma vida de subordinação e abusos, ao tempo em que é possível perceber as evoluções da personagem principal, que começa a desenvolver uma consciência de resistência e não desiste de lutar pelos seus ideais ou o que acredita.
Enquanto isso as decisões politicas, podem ser guiadas por ensinamentos religiosos interpretados de forma distorcida e guiados pelo egoísmo dos indivíduos que os utilizam convenientemente.
Arrisco o palpite, especulando o objetivo da obra, muitos devem assistir e dizer que "sádico" e realmente esse é o tom, mas assim como a carta de Nicolau Maquiavel ao príncipe de Florença, que ´basicamente era um manual de como fazer um bom reinado na base da barbaridade, o objetivo da obra séria revelar para o povo a tirania da realeza, da mesma forma como "The Handmaid's Tale" nos abre o olho e cria a reflexão!
Que a ficção por simulações de contextos, mesmo que em tons exagerados, nos sirva para refletir sempre sobre o rumo das nossas decisões como sociedade e que nenhuma mulher ou minoria ou qualquer grupo seja subjugado, oprimido ou abusado.
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