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O Poço 2
Chega com a promessa de expandir o universo distópico criado no primeiro filme, mas será que consegue entregar uma experiência tão impactante quanto *O Poço* (2019)? A sequência mantém a ambientação claustrofóbica e a crítica social, mas adiciona novos elementos à trama, como um sistema de regras rígidas, a "Revolução Solidária", que tenta impor ordem à prisão vertical. O problema? A ordem logo se transforma em outro tipo de tirania.
A protagonista, Perempuán, entra voluntariamente no Poço em busca de redenção, mas logo percebe que a nova estrutura de poder não é menos cruel que o caos anterior. A obra flerta com questões morais e sociais, explorando a tensão entre coletivismo e individualismo, mas se enrola em suas próprias ideias. Enquanto alguns momentos são instigantes, outros se perdem em reviravoltas e cenas que parecem estar ali apenas para chocar.
O grande acerto do filme é conseguir manter a sensação de desconforto e opressão, colocando o espectador dentro da paranoia da protagonista. No entanto, nem tudo funciona: alguns personagens importantes são pouco desenvolvidos, e o roteiro, por vezes, parece mais preocupado em criar impacto do que em aprofundar suas críticas.
Visualmente, *O Poço 2* segue a linha sombria e angustiante do primeiro filme, mas exagera nos efeitos grotescos, tornando certas cenas cansativas, mais do mesmo. A montagem também deixa a desejar, com cortes abruptos que dificultam a fluidez da narrativa.
No fim das contas, *O Poço 2* é uma experiência intensa e instigante, mas longe da genialidade do primeiro filme. Vale a pena assistir? Sim, especialmente para quem gostou do original. Mas não espere a mesma força narrativa.
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