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A teoria da realidade simulada é a suposição de que a nossa realidade poderia ser uma simulação, algo parecido com o que acontece na programação orientada a objetos da computação em que se é criado uma realidade virtual com suas próprias instancias.
Com uma qualidade indistinguível da verdadeira e com a possibilidade de enfrentarmos um paradoxo de não conhecer padrões de universos iguais ou melhores que o nosso, não sendo possível estabelecer uma opinião por ancoragem de outro modelo, não diferenciando se nossa existência possui parâmetros de uma simulação.
Imagine uma realidade que poderia conter mentes conscientes, que poderiam ou não, perceber que vivem em um ambiente simulado. Em seu extremo a "hipótese da simulação" ou "simulismo" alega ser provável que estejamos vivendo em tal simulação.
O mito da caverna
Em analogia ao mito da caverna, sendo escrito por Platão, estabelece uma relação metafórica que sintetiza o dualismo platônico. Por exemplo, ao estabelecer a relação entre os conceitos de escuridão e ignorância, luz e conhecimento, a distinção entre o que é aparência, percepção restrita na caverna, do que é realidade, percepção externa, ou seja, além da caverna, sobre todas as coisas.
O mito da caverna simplifica bem o processo de empirismo do ser humano, que entende seu mundo através da experiência e ciência baseada nos fundamentos ou fatos que sua realidade lhe entrega ou por comparação.
Aqui você já deve imaginar a que ponto quero chegar, a realidade simulada teria um conceito bem distante do que reconhecemos tecnologicamente, embora parecido, os jogos que criamos é uma derivação de nossas percepções.
Em um jogo de computador ou de celular, console... A realidade virtual pode ser facilmente distinguível da experiência de realidade genuína(a nossa) como a conhecemos, mas já se perguntou o por quê?
Isso acontece devido à base de comparação, sabemos que uma realidade virtual de um jogo é falsa, pois temos a percepção de que ela se distingue e se desassocia fisicamente da nossa!
Mas se diferisse e você fosse um dos personagens do jogo? Dotado de inteligência artificial assim como os demais personagens e interagisse com seu meio... Por nunca ter conhecido a nossa realidade, ainda seria possível dizer ou perceber que você estaria em uma realidade simulada ou virtual?
Caso diga que sim, considere normal, seu cérebro refuta argumentos irracionais, isso acontece, pois, você tem as variáveis do nosso diálogo, a sua e a minha visão são panorâmicas, ou melhor, pautadas na nossa existência e na virtual projetada de jogos criados por nós.
Caso a resposta seja não, provavelmente você refletiu sobre a absorção existencial, criamos um universo virtual de um jogo, mas também fomos criados com robustez, talvez por seres ou ser que também faça parte de uma simulação... As possibilidades e combinações são muitas e claro, pode ser que exista apenas uma realidade, mas antes, discutiremos algumas teorias.
Possibilidades
É possível dizer que estamos ou não em uma realidade simulada? Como comprovar uma realidade inteligível em que não conseguimos alcançar e não sabemos como é?
Há diferença entre uma realidade simulada e uma realidade verdadeira?
Como deveríamos nos comportar ao descobrir que estamos em uma simulação? Ela permitiria uma consciência individual de sua existência ou seriamos reiniciados, ou nada aconteceria para tentar refutar nossos argumentos e teorias?
Ficou estranho? Talvez piore mais um pouco (risos).
Filosofia
Às vezes com boas perguntas, estaremos mais próximos de descobrir novas perguntas.
A teoria de simulação é antiga. Desde Platão com a alegoria do mito da caverna como mencionado anteriormente, ou no hinduísmo e o conceito de Maya. Filósofos posteriores, como René Descartes, Jean Baudrillard, trazem vários questionamentos sobre o que é real e o que não é.
Somos confiáveis para discernir a realidade?
Hilary Putnam (1926-2016), filósofo estadunidense, conhecido pelo rigor de análises expondo defeitos das suas posições filosóficas, quanto as de outros filósofos, usou um conceito de "cérebro numa cuba", inspirado no "gênio maligno" de Descartes, para nos desafiar em um exercício mental:
"Você consegue provar que você não é um cérebro mantido vivo em um aquário por um cientista do mal?"
Matrix
"Filme de ficção cientifica de 1999, que conta a história de um programador que é atormentado por pesadelos e esta conectado a uma máquina por cabos a um computador do futuro. A medida que o sonho se repete, ele passa a questionar a realidade. Quando descobre ser vítima da Matrix, um sistema de inteligência artificial, que manipula a mente das pessoas e cria a ilusão de um mundo real, enquanto usa o cérebro e corpos dos indivíduos para produzir energia."
Após o sucesso de The Matrix, as coisas começaram a ficar estranhas. Um dos objetivos do filme é fazer com que você questione a sua realidade,
Sua casa pode não existir de verdade, sua família, seus sentimentos, nem você... O que conhecemos como realidade pode não ser real de fato. Imagine uma simulação criada por um supercomputador, assim como no filme Matrix.
Ah!?.. Mas isso é um absurdo, talvez, mas nem tanto!
Diversos autores usando as metáforas e representação das irmãs Wachowski, diretoras da trilogia, resgatam antigas reflexões filosóficas, que é inclusive muito presente no filme não apenas contextual, mas em diálogo. Para alguns cientistas inclusive, alguns aspectos que vimos no filme podem ser encarados como bons argumentos.
Argumentação
Nick Bostrom, da Universidade de Oxford, escreveu um artigo seminal sobre o tema de simulação, em 2003, imaginou uma civilização tecnologicamente avançada que possuiria um poder computacional exorbitante para nossos parâmetros e que precisaria de uma fração desse poder para simular novas realidades com seres conscientes. Dado esse cenário, pelo menos uma proposição argumentativa deve ser verdadeira:
-Os humanos têm grande chance de se extinguirem antes de atingir o estágio de compreensão da simulação, maturidade tecnológica;
-Mesmo que os humanos cheguem a esse estágio é improvável que tenham interessem em simular seu próprio passado ancestral, não se importando com o passado, mas voltando sua atenção ao futuro;
-A probabilidade de estarmos vivendo em uma simulação nos leva a possibilidade de um.
Uma reportagem da revista Scientific American com o astrônomo David Kipping, da Universidade de Columbia, ganhou destaque na mídia internacional. David reduziu as duas primeiras possibilidades em uma, a que não vivemos em uma simulação e a outra que afirma que estamos, nesse caso há 50% de cada uma ser verdadeira, ou seja, ele menciona que há 50% de hipótese de estarmos vivendo em uma simulação!
Metafísica ou ciência?
A metafísica é caracterizada pela investigação das realidades que transcendem a experiência sensível, capaz de fornecer fundamentos críticos a todas as ciências particulares, por meio da reflexão a respeito a natureza primária do que esta sendo analisado. Já a ciência se caracteriza pelo conhecimento ou prática sistemáticos. Refere-se a adquirir conhecimento baseado em metodologia, bem como pela organização definida através de pesquisas, abraçando os fatos e aplicações de leis da física.
Tanto Bostrom como Kipping levantaram a hipótese da simulação de forma abstrata, assim como outros autores. O objetivo não era provar nada, mas trazer um questionamento.
Segundo veiculação do Tilt Uol, para João Cortese, professor de filosofia do Instituto de Biociência da USP, essa pode ser uma discussão metafisica e não cientifica.
"No fundo, acredito que tem uma questão. É uma questão da ciência ou é uma questão metafisica? Se não der nunca para refutar, não é nunca cientifico". Afirmou.
No passado, o astrônomo Galileu Galilei, disse que Deus teria usado a matemática como linguagem para escrever o universo. Ou seja, ao formular uma hipótese de que o mundo é, na verdade, uma simulação, a matemática seria o caminho para provar isso.
Será mesmo?
Charles Seife, escritor e mestre em matemática pela Universidade de Yale, em sua obra "Os números (não) mentem", define o conceito em "arte de empregar argumentos matemáticos enganosos para provar algo que nosso coração diz ser verdade - ainda que não seja"
A matemática seria capaz de nos dar respostas sobre há possibilidade de estarmos em uma simulação ou a tortura dos números seria imprecisa, fazendo com que engolíssemos inverdades?
A teoria da simulação
As leis da natureza como a conhecemos são baseadas na matemática, logo parece lógico especular que o universo seja um supercomputador, como não há uma confirmação relacionada a finitude do universo apenas especulações, não é absurdo imaginar uma maquina com poder absoluto processando as leis do universo em uma simulação.
O mais curioso e assustador é que essa teoria inspira que exista outro nível de realidade, onde algo controla as leis da natureza, com o poder até de mudar as variáveis. Se por um lado a sua confirmação é saudável para a filosofia que usa dos questionamentos para descobrir a verdade e se aproximar do que julga razão, para a ciência alterar as leis da física implica em mudar todas as variáveis e subjetivar parâmetros considerados elementares para o campo cientifico, além disso, relacionar um ser poderoso a uma camada externa de realidade nos faz questionar se as leis da física seriam as mesmas sob qualquer condição e quais princípios da física regeria o ser.
Se você pensou em algo religioso, saiba que pode ser mais estranho do que parece.
O bizarro é justamente como se chega a esse ideia, o raciocínio leva a existência de um ser, não pela fé, mas a teoria seria obtida através da lógica, após assumir algumas premissas como verdadeiras ou possíveis. Curioso não?
Para Houman Owhadi, especialista em matemática computacional do Instituto de Tecnologia da Califórnia, se o poder computacional for infinito, o computador faz o que quiser com a simulação e não poderemos nunca notar nenhuma falha para dizer se vivemos ou não em uma simulação.
Todas as informações consolidadas até aqui servem para apresentar diferentes posicionamentos e não devem ser utilizadas para confirmar ou refutar teorias.
E você, acredita que vivemos em uma simulação? Deixe sua opinião nos comentários!
REFERÊNCIAS: Wikipédia, Toda matéria, Scientific American, Academic Oup, Tilt Uol, Blog Nogueira Fernando, Canaltech, Joe Mosnter, Benício Filho, Despertar de Gaia, Casados 7 Saberes, Wikipédia, Conhecimento Científico, Tecnoblog, Matrix filme.
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